a Faxina anual é um evento oferecido pelo Ritual Diário. são 21 dias de exercícios para liberar espaço mental e fazer uma limpeza emocional antes do ano acabar.
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vamos falar de culpa. essa emoção (?) tão presente na vida de uma mulher.
no fundo, nossas culpas falam do nosso desejo de reparar, de restabelecer o equilíbrio. mas apenas quando são culpas "justas”, só quando têm fundamento.
quando somos crianças, temos essa visão de mundo onde somos o centro do universo (faz parte da nossa formação). as mulheres que nos geraram são o próprio universo, nossos pais são o mundo, nossa família é tudo o que existe; não conhecemos nada além disso.
nascemos conectadas e, aos poucos, vamos aprendendo a nos separar, aprendendo que somos um “eu”. essa separação gradual vai acontecendo a cada experiência, com nossa capacidade de ir elaborando os acontecimentos.
esse é o cenário ideal, onde nos tornamos adultas conectadas às raízes e, ainda assim, livres para criar nossas próprias histórias.
mas o que acontece normalmente é bem distante do ideal (não se sinta sozinha, nenhuma de nós atravessou/está atravessando bem essa separação, e a terapia está aqui para nos ajudar nisso).
não somos o centro do universo. não do universo comum. mas nos comportamos como se fôssemos (e nem é do jeito divertido). como se tivéssemos, de verdade, o poder de destruir tudo ou salvar tudo (lembra do que conversamos sobre a generalização, o “tudo e todos e sempre,” o “nada e ninguém e nunca”?).
temos a impressão de que, se nos esforçássemos mais, poderíamos ser melhores. pessoas melhores que nunca saem do papel de “boazinha”, que não sentem nada além de bons sentimentos. ou que nunca passam pelo “papel de trouxa”, sempre sabem o que está por vir.
mães que se sacrificam e não são mais mulheres, apenas mães. filhas que dão conta de retribuir exatamente o que nossas mães e pais nos deram (que desafio, hein? porque eles te deram apenas a VIDA). parceiras que não precisam de nada além de amor e secso. profissionais que sempre superarão as expectativas sem cobrar mais por isso.
seres corretos, morais, “limpos,” que passam pelo mundo sem nunca retirar nada, apenas doando. veganas-zero-waste-body-neutral, supermulheres, mártires, seres de luz.
e o pior: achamos que seria fácil nos esforçar mais para chegar nesse grau. é uma questão de estar 100% vigilante o tempo todo de cada emoção, pensamento, e ponderar as milhares de possibilidades de consequências que cada versão das nossas ações pode causar com precisão decimal. mole-mole fácil-fácil!
você entendeu: é natural que nossa culpa seja tão grande quando as expectativas são tão altas.
uma professora querida uma vez me disse que, no geral, a gente se sente culpada e envergonhada desde a infância. e que só recriamos mais e mais “motivos” para manter essa sensação de inadequação quando adultas. queremos confirmar se (e que) tem algo de errado conosco.
percebe a proporção errada da culpa que você sente? percebe que “para não me sentir culpada” além de uma motivação pobre para fazer qualquer coisa, é também uma estratégia ineficiente de viver a vida, visto que a culpa está lá atrás, numa visão de mundo infantil (onde você é onipotente) que precisa ser reajustada (se não curada)?
você não é o centro do universo e isso é tão libertador. você pode menos do que pensa, e isso é tão poderoso. você é só uma filha comum, de pais comuns, vivendo uma vida comum e isso é extraordinário.
missão do dia:
1. liste
tudo que fez você se sentir culpada esse ano, começando pelo dia 1 de Janeiro. mesmo quando não fizer sentido, mesmo quando foi o certo a ser feito, mesmo quando nada mais podia ser feito — busque o sentimento de culpa e anote.
está na dúvida se o que sentiu ali foi culpa? por via das dúvidas, anote. não se preocupe em anotar em ordem, deixe fluir. é possível que seu coração esteja ávido para te contar de tudo o que ele vem se culpando.
2. absolva
para cada item, escreva em uma nova folha (isso é importante)
“eu me sinto culpada por____ E eu me perdoo por isso”
o “E” em letra maíuscula. se você se empolgar, pode usar o "&” e desenhá-lo com bastante calma para internalizar que você pode sentir culpa & se perdoar mesmo ainda sentindo.
exemplo:
— eu me sinto culpada por fazer mais de 3000 mulheres lidarem com um assunto tão delicado & eu me perdoo por isso.
o pedacinho do Ritual Diário de hoje é ao vivo:
extra: vamos celebrar antes mesmo de terminar (esse é nosso truque)
como você está se sentindo no meio dessa jornada?
escreva um bilhete pra vc de 11 dias atrás (você acredita que já se passaram 11 dias?) como um recado do futuro!
agora que você já entendeu como essa Faxina está te afetando, escreva um bilhete pra você daqui a 10 dias, celebrando!
perdoar-se é um ato de amor. me conta como foi esse exercício pra você e o que mais te marcou!
quer mais informações sobre a Faxina? você encontra aqui no nosso “hub” no Notion.
mais informações sobre o Ritual Diário? aqui eu explico o programa inteirinho e você pode entrar na lista e espera (aviso: não é um curso, é um lifestyle 😉 só clique se quer amar sua rotina e ser mais produtiva do que nunca)
Gente, que exercício! consegui ir tão profundamente que nem sei se consigo traduzir em palavras, ainda ontem tive um espaço com meu pai de Santo e ele falava sobre a energia opositora, a nossa energia e comportamento que não são aceitos socialmente, e eu já pensava a dias devido a um recado espiritual, que tinha que fazer as pazes com as minhas sombras, que nada mais é que a minha energia opositora. Que nada mais é que a parte de mim que não é aceitável socialmente, a parte de mim que as pessoas fazem eu me sentir culpada por ser. Esse texto atingiu partes tão necessárias nesse momento. E esses exercícios me levaram a um início de um movimento que eu sei vai ser gigantesco na minha transformação! Obrigadaaaaaa ✨
difícil descrever esse exercício, eu sabia antes de fazer que a maioria das minhas culpas eram relacionadas à minha mãe, e a cada culpa que escrevia sentia como se estivesse recebendo várias agulhadas no meu corpo e ao mesmo tempo senti um alívio enorme de colocar essas culpas no papel e depois escrever "me perdoo" ao lado delas. é um processo imenso que somente com terapia podemos nos perdoar de verdade, mas sinto que esse exercício já foi um passo gigante!